DECLAMEI TEU CORAÇÃO

Eu sei, amor, do fundo do meu calabouço de solidão,

Eu vi que as minhas poucas feridas são mais fortes

Do que as muitas cicatrizes da alma e do teu coração.

Eu as tenho por puro amor e não jogando por sortes...

Fico aqui sem uma viva alma ao meu redor, brigando

Com meus fantasmas e respirando tua imagem viva,

A cada momento te chamo em pensamento, vagando

Em nostalgia e ébrio de um amor que só se esquiva...

Declamo para mim mesmo o teu coração, estranho,

Durmo e novamente... Pensando em ti me apanho!

Não temo o surto psicótico e nem a minha loucura...

O que temo é o remédio... Que nem assim me cura!

Já reparei as rugas no meu rosto, de puro sofrimento,

E sigo teu coração declamando até o último momento.

Poeta Camilo Martins

Aqui, Hoje, 27.05.2016

10h40min [Manhã]

Estilo: Soneto