NA CHUVA

Pela janela entreaberta lhe vejo na chuva

Andando alegre, de braços abertos na rua,

Maravilhosa, parecendo uma apetitosa uva,

Como se estivesse numa passarela sob a lua.

O vestido fino, com os pingos da chuva,

Colava no corpo deixando-lhe quase nua,

Fazendo-me imaginar que só a pele sua

Se encaixa na minha como mão e luva.

Os eretos seios à mostra, tão perfeitos!

E as alvas coxas torneadas, sem defeitos,

Aguçam o desejo de também me molhar.

Prisioneiro na cadeia da louca paixão

Ouço o palpitar frenético do coração

Dizendo: É essa que eu quero amar.