Algofilia

Minh´alma cansada se mostra tão fraca e flácida

Que derrete-se ás margens do rio perene sofrido

Onde o mesmo com o leito seco e esquecido

Enchesse vez ou outra dessa água tão ácida

Banho-me nele entrego-me insano

E através de meus poros ele me sobrepuja

Trazendo consigo os males da enchente suja

E uma lama por mim criada numa estação do ano

O inverno passa rindo de mim apodrecido no leito

E como nada é eterno o sol enfim enxuga meu peito

E o vento limpa a poeira que em mim restou

Levanto-me e fujo daquele solo maldito, perigoso

Sorrio, consigo ver o sol que secou o rio ardiloso

Mas amigo, a chuva volta, o rio enche e lá estou