PRIMAVERAS DESFEITAS
Fenece a luz serena dos seus olhos
Descora-se a feição, desalentada
Refúgio buscam mágoas nos refolhos
Dum'alma desgostosa, ensanguentada
Os pensamentos vagam por vielas
Medonhas, frias, lôbregas, estreitas
O sopro violento é de procelas
Que engolem primaveras já desfeitas
Somente escombros é, sobejo apenas
Daquele que ficou pelo caminho
Alegre personagem doutras cenas
Agora lamuria a dor, sozinho
Em seu retiro trágico ele chora
Onde estará, enfim, sua senhora?