SOLEDADE
Não esperam do tempo os ponteiros
Que me afaste de agruras tamanhas
Que liberte minh'alma das sanhas
Dos algozes brutais, carniceiros
Intocáveis, as negras entranhas
São sepulcros de findos roteiros
Traspassados por dardos certeiros:
As frenéticas horas... Tacanhas!
Há de ter meu plangor brevidade
Porque sei que a mordaz penitência
Se demora é grilhão, na verdade
Se do tempo não tenho a clemência
Não te entrego, jamais, soledade
Meus farrapos, a minha indigência!