SONETO DO AMOR SEM TETO
Hoje me vi no medo da ação fátua
O tufão egoísta me asfixiou o ar
Do rigor denso deixaram de amar
E com dor chorei minha alma nua
Sem guarida, o céu virou meu lar
E as estrelas teto junto com a lua
O meu fado desgalhou-se na rua
Qual chão lavrado a se alqueivar
O desamor me feriu com sua pua
Nem a fé pôde a sofrença aliviar
E o coração se sentiu numa cafua
Pondo a minha convicção a duvidar
De que leve se é a benignidade crua
Se o desdém ao bem quer sobrepujar
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano