SONETO DO AMOR SEM TETO

Hoje me vi no medo da ação fátua

O tufão egoísta me asfixiou o ar

Do rigor denso deixaram de amar

E com dor chorei minha alma nua

Sem guarida, o céu virou meu lar

E as estrelas teto junto com a lua

O meu fado desgalhou-se na rua

Qual chão lavrado a se alqueivar

O desamor me feriu com sua pua

Nem a fé pôde a sofrença aliviar

E o coração se sentiu numa cafua

Pondo a minha convicção a duvidar

De que leve se é a benignidade crua

Se o desdém ao bem quer sobrepujar

© Luciano Spagnol

poeta do cerrado

Março de 2017

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/03/2017
Reeditado em 29/10/2019
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