Nuvem de Nacar

"És o sangue do gênio, o puro néctar/ Que as almas de poeta diviniza,/ O condão que abre o mundo das magias". (Álvares de Azevedo)

Nuvens de Nácar

Há alude de pitorescos segredos

Na afeição contemplativa das curvas

Enigma diluído em luas turvas

Na lírica de um sonhar em degredo

Há um desejo latente a enlanguecer

Uma inocência velada voraz

Nas nuvens de nácar que você traz

Como fogaréu sob neve a arder

Há um onírico querer semipleno

Lídima avidez febril nos olhares

A crepitar como brasidos pares

No imo de um suspiro vago sereno

Há na cadência singela da voz

Uma espécie de louvor entre nós

(Edna Frigato)

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Interação do talentoso e gentil Poeta Fernando Cunha de Lima.

Agradecida por seu cavalheirismo e delicadeza.

Pérola realmente é uma jóia pra se guardar pra sempre. Obrigada, Poeta!

PÉROLA

Cadê a pérola que se fez nácar,

Lívida madrepérola do colo,

Quando ao beijar cometo mais um dolo,

Desejando tuas curvas pra olhar.

Turva visão que não se faz notar,

Entre nuvens no céu formando rolo,

Da boca seca engolindo o golo,

Após a língua feita pra beijar.

O corpo todo em soluço treme,

A fala apaga e a vontade geme,

Tentando aquilo tudo que não pude.

Há retrocesso, no querer ficar,

Na configuração de abraçar,

Ao se trancar no gasto alaúde.

(Fernando Cunha de Lima)

Para a jovem poeta Edna Frigato.

SEMPRE COM VVMENTE APLAUSOS

Fernando cunha lima 21-03-17.