ECOS

São longas horas, solidão cortante

Aqui, neste recanto de abandono

Idílios remoendo, vai-se o sono

Soluços flébeis, ecos... Delirante!

Assombra-me a lembrança torturante

Acinzentou-se a vida, fez-se outono

No coração saudade erige trono

Dolência me corrói enclausurante

As rubras emoções daquelas noites

Acossam pensamentos feito açoites

Teu gosto de pecado ainda guardo

O quarto me suplica teu aroma

Não deixes que a tristura me carcoma

Não posso suportar mais esse fardo!