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ORGULHO [738]
 
 


Todo lapso, no fim, requer conserto,
e os acertos também são reparáveis.
Porém humanos há tão retocáveis
que nos deixam sem voz e num aperto. 
 

O maestro se exprime é num concerto,
a lidar com seus músicos notáveis;
todavia há calhordas imprestáveis,
abortados nas trevas de um enxerto.
 

Com orgulho, o teimoso tem reparos?
Nem conselhos de santos dão-lhe jeito,
e pior, que orgulhosos não são raros.
 

Pois se vede ao amante ter orgulho:
seu amor, quando finda, vai-se a eito
e sequer foi amor, mas um embrulho.

 

Fort., 07/03/2017.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 08/03/2017
Reeditado em 08/03/2017
Código do texto: T5934071
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