Soneto transpirar dos olhos

Tentei derramar o transpirar dos olhos

Derramar minha angústia ao perdê-la

Caminhei à flora e entendi

Que amar não é o transpirar dos olhos.

Voltei ao adentrar no quarto

Voou pela imagem refletida

Filmes e tantos filmes inacabados

Contido, segurei o transpirar dos olhos!

Percebi no batuque à minha janela

Tapas que desfaziam-se em gotículas

Mas, não dos meus olhos!

Mordi a doce fruta

Lembrei dos lábios dela

E, assim, por um segundo, transpiraram meus olhos!