Lunar
Mestiço céu, culpada seja a lua
Pelo brilho encantar-se com inveja
Por despertar nas moças a peleja
E transformar assim a noite em sua
Inerte, estás assim, para que eu seja
A presa, o anoitecer, um rei da rua
Mas nada se compara à pele nua
Para que a lua, com inveja, a veja
E assim, desencantou-se o ser humano
Do espelho de um amor nada mundano
Que fez o céu escurecer a terra
A minha alvura está bem ao meu lado
E deste encanto é que sigo encantado
Durante a noite que logo se encerra.