Noturno
 
Ei-la novamente! A selvagem noite;
Engolindo as cores a cada pegada;
Marcando as cidades já tão massacradas,
Leva a luz tão boa que o dia trouxe.
 
Seu silêncio envolve o surdo som das tramas;
Suas bocas comem e vomitam vidas;
Sua multiforme serventia ativa
A paz aparente propícia a quem ama.
 
Ela é o lado mudo do tempo que estica;
O amigo louco que lhe empurra e instiga;
A parceira certa pra se ter na cama.
 
Pra quem se utiliza bem de si: programa
Ou período enfadonho que a tantos fustiga,
Mas não resiste ao giro da esfera e migra