Canícula
"Entre as formas decrépitas do povo,/ Já batiam por cima dos estragos/ A sensação e os movimentos vagos/ Da célula inicial de um novo cosmo." (Augusto dos Anjos)
Canícula
O dia amanheceu sem vento... quente!
Sementes e toda a vida agoniza
Um mormaço macabro esteriliza
Mares, riachos, fontes e afluentes
Meus roseirais azuis despertam nus
Com o recato coberto de formigas
Poeira e ervas daninhas inimigas
E uma infausta escura nuvem de anus
No ar paira o podre olor da desgraça
Sobre o sol, vê-se só um borrão negro
É invisível, mas notória a ameaça
Que invade nosso planeta indefeso
Como coima de um sol lendário egro
Sob o olhar de humanos incoesos
(Edna Frigato)
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Uma bela e inteligente interação do talentoso Poeta Fernando Cunha de Lima
SÍRIO DE ESPERANÇA
Este resto de mundo que admiro,
E este sol que já foi grande estrela,
Vamos na eminência de perde-la,
Quando apagar a luz do belo siro.
Ante o sal da desgraça me retiro,
Se a libitina, não preciso vê-la,
Caso esta vida não possa vencê-la,
Talvez possa matá-la com um só tiro.
O pandemônio que já foi criado,
É um desastre desqualificado,
Que até perfura a terra com espícula.
Há esperança do renascimento,
Então veremos novo movimento,
E nova luz surgir como canícula.
(Fernando cunha lima) em 21-03-17
Obrigada, Poeta Fernando Cunha de Lima
por essa magnífica interação que sem dúvida
alguma chegou pra somar beleza.