Escrava
Quando o feitor o seu olhar lhe crava;
a negra flor se cora, enrubescida...
Chicote à mão, lhe trata como escrava
e em meio à dor, ela lhe entrega a vida.
Palavras ditas,a cada chicotada;
carícias feitas, p'ra curar ferida...
Afagos e perjúrios... Alma dolorida...
A carne em sangue, assim, é agitada.
Anos a fio, em dor e solidão;
acorrentada e prisioneira, ao chão;
... À mercê do feitor e sua mão...
Enfim, manhã de glória, manhã de despedida:
...Morre a escrava e o feitor nem liga...
É só mais uma , nesta triste vida.