Amor perdido
Uma dor desconhecida habita a alma
De quem um dia já perdeu um grande amor,
Dessas que dizem que o tempo sempre acalma
Sem apagar de vez por todas seu fulgor;
Como o esplendor de santidade que espalma
O coração de quem tornou-se um sofredor;
Amnésia confortável num pós trauma
Sem resquício ou lembrança do terror.
Dádiva estranha que ao perder se ganha
Em recompensa do amor perdido
Ainda que se recuse em recebê-la;
E que aprisionada no peito que apanha
Por libertar quem o deixou partido
É concumbina de quem não quer tê-la.