O meu pai
Ah, meu pai, que saudade de ti sinto,
Dos belos anos que passamos juntos,
E dos nossos inúmeros assuntos,
Fruto do nosso familiar instinto.
Do que sinto por ti jamais te minto,
De lembrança, os chouriços e presuntos
Que na Espanha compravas, de defuntos
Porcos, e o teu caseiro vinho tinto.
Que saudades até das nossas brigas,
E assim de ouvir-te a discutir comigo,
Pois tu eras o meu melhor amigo!
E das tuas histórias muito antigas,
De guerras africanas que enfrentaste,
Na admiração do filho que criaste.