Cinquenta tons II
A dor, a humilhação sempre sofridas,
Por esses pobres seres tão sensíveis,
São ingratidões, no entanto, admissíveis;
São injustiças, mas, compreendidas.
Dominações, torturas tão incríveis,
Que a sociedade impõe e que castiga,
Mexendo e remexendo na ferida,
São golpes necessários e plausíveis.
Todo o poeta é sempre um masoquista,
Apanha, sente dor, mas sente gosto;
Sua alma retalhada ainda rabisca.
Os versos tão expostos, tão precisos
O coração sofrendo e no seu rosto,
O mais compreensivo dos sorrisos.