FRUTO OCULTO
Comeras da carne crua
e hás de saboreia-la tanto,
que ao faltar-lhe, o pranto,
ocultaras tua beleza nua.
Ainda que a queiras só sua,
coberta de beleza e encanto,
sempre hás de tê-la com espanto,
por saber que a vida continua!...
No riso falso da boca indefinida.
Na palavra doce, porém fingida,
de sua voz sonora e calma!...
Antes não houvesses provado,
do sabor no fruto ocultado,
que nos dá fim a alma.
Nova Serrana (MG), 27 de dezembro de 2007.