DO POEMA PERDIDO
DO POEMA PERDIDO
Retoma a folha em branco; o teu sentido,
E escreve... Torna àquele instante que herda
Das palavras e ideias a mesma perda;
Rebusca a dor do poema após perdido.
Tu te lembras?! Embora a mente lerda,
Segue os sinais por onde havias ido
Em meio às armadilhas vãs d‘Olvido.
Sem ignorar, porém, o abismo à esquerda...
Voa, poeta, mais alto que o condor:
Parábolas, hipérboles, elipses...
Descritas voltas por esferas tríplices
Do ser a superar-se outro ao compor.
É imperativo: 'Inda que alterado,
Debruça-te sobre ti, reencontrado.
Belo Horizonte - 05 02 1999