Elizabeth

Ah, minha querida e amável senhora...

Por que sobes tão depressa, hein?

Estou atordoado. "Vem, vó, vem"!

'Vem' que pra ti a morte não tem hora!

Deixe isso pra lá... Pare de demora!

Todos podem esperar, exceto quem

Te ama, te sente e te quer bem

Como eu, a mãe e a prole agora!

O céu há de receber-te, é certeza.

A chama que levou-te, já não acesa,

Escondeu o amor que não se repete:

Amor de neto que sempre existiu,

Amor da cria que, há pouco, viu

Deixares a Terra, oh!, Elizabeth!

Obs: soneto feito à minha querida avó que hoje morreu num trágico incêndio na sua própria casa.

Preto
Enviado por Preto em 04/08/2007
Reeditado em 03/08/2011
Código do texto: T591904
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