Elizabeth
Ah, minha querida e amável senhora...
Por que sobes tão depressa, hein?
Estou atordoado. "Vem, vó, vem"!
'Vem' que pra ti a morte não tem hora!
Deixe isso pra lá... Pare de demora!
Todos podem esperar, exceto quem
Te ama, te sente e te quer bem
Como eu, a mãe e a prole agora!
O céu há de receber-te, é certeza.
A chama que levou-te, já não acesa,
Escondeu o amor que não se repete:
Amor de neto que sempre existiu,
Amor da cria que, há pouco, viu
Deixares a Terra, oh!, Elizabeth!
Obs: soneto feito à minha querida avó que hoje morreu num trágico incêndio na sua própria casa.