“Vida loka”

E ser poeta é ser vida loka,

Boca se tranca na alma que esvoaça,

Traça caminhos e não marca touca,

Mouca se sentir na ironia, ameaça.

Abraça a lua e conta-lhe segredo,

Sem medo, ao hediondo ele viaja,

Engaja em tudo sem saber o enredo,

Dedo fala, a grafia seduz: é naja.

Haja loucura, pousa num escuro,

E no muro anda bêbado de verso,

Imerso de si de arrojo diverso.

O inverso é seu forte, voa enduro,

Apuro, contramão, sem estribeira,

Cheira o pó da saudade matadeira.

#ordonismo

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 20/02/2017
Código do texto: T5918965
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