ÚLTIMA PEÇA.


Silencio... Sem aplausos na última cena
De nossa peça ( sem ensaios) desta vida!
Que jamais tu me lamentes, alma querida:
Não chores, não culpes nada, nem sintas pena!

O bardo cessa novamente a cantilena,
(Buril que lapidava a dura e árdua lida!)
Liras de amor ( Poesia !) , única saída
No anfiteatro amargo de nosso palco arena!

Cantos de dor, paixão, estrofes dum passado;
Historias sem glórias num corpo amargurado,
Mas que a alma envaidecida teima em editar!

 Poeta insano que ri, mas de dor padece...
Que manda ao Céu , serena e reverente prece,
E, ao mesmo tempo, chora e grita a blasfemar!
 




Figura: Google
mp3 : Sombras (A.Lara
 
Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 20/02/2017
Reeditado em 05/08/2019
Código do texto: T5918365
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