O cálice que tu me deixou
Mais um gole do cálice que transborda
Toda euforia que há muito resguardo
Nas memórias ofuscadas de um passado
Que mancha-me a face tal qual uma noda.
Se bebo deste líquido fora de moda
É porque a todo instante sou levado
Às ruínas de um bosque devastado
Pelas chamas de um amor calhorda.
É por tua causa que todas as noites
Eu me entrego como um cordeiro aos açoites
De um carrasco que nunca descansa...
Eu morro um pouco mais a cada sorvida
Deste cálice que outrora me deu vida
E hoje a arranca em cada lembrança!