O IDEALISTA
Fantasiou-se de alegria e luzes
Cobriu as chagas com vibrantes cores
Em mansas águas mergulhou as dores
Levou, valente, vergastantes cruzes
No seu silêncio sufocou agruras
Guardou lamentos, rogações chorosas
Pisou covis de feras pavorosas
Sob o calor de inabaláveis juras
Dos ideais intransigente escravo
Seguiu seus rumos o guerreiro bravo
Por entre abismos, pedregais, espinhos
Um coração de impavidez imensa
Despedaçado, olha ao redor e pensa:
"E se regasse o pranto meus caminhos?"