Cárcere
No cárcere onde me criei, ninguém me contou
Que eu poderia ter asas e poder voar
Além dos que os olhos podem alcançar
Mediante o gênio que a humanidade herdou.
Nenhum homem por bondade me ofertou
O conhecimento de que é possível sonhar
Mesmo que a realidade queira apagar
A chama que a imaginação alimentou.
Nada me ofereceu esta prisão mesquinha
Na verdade, ela tirou-me o que eu tinha
Nesses tantos anos de extrema reclusão.
Mas que posso fazer eu, se estou fadado
A estar perpetuamente acorrentado
Aos grilhões indestrutíveis da razão?