PONTE DE MARÍLIA

PONTE DE MARÍLIA

— “Mas olha! É minha vida indo ligeira

Refletida nas águas d’esse riacho...”

Sobre a ponte eu me vejo logo abaixo,

Como se trêmulo à água corredeira.

Frias, as águas levam-me à fronteira

E vão... Indiferentes já do que acho.

Eu fico junto às margens, cabisbaixo,

Buscando alguma imagem derradeira.

Segue-me a vida por águas d’Olvido.

Ao quê, nem cá nem lá mais me destina

Ou no meio me abandona apercebido...

Ultimaria assim meu desenredo,

Não visse agora à beira uma menina

A ver botões de rosa em seu segredo.

Ouro Preto – 01 05 1999