Meus Versos Teus
"Rasga esses versos que te fiz, amor!/ Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento/ Que volte ao nada, o nada dum momento!" (Florbela Espanca)
Meus Versos Teus
Como eu queria, amor, a tua mão
Nesse instante de clamor e ânsia louca!...
Apertando as mãos minhas com voz rouca
Pressionando-as de encontro ao coração
Como eu queria agora os dedos teus
Aflitos em por fim a tanta espera
No compasso em que teu corpo e alma impera
E incita com prazer desejos meus
Como eu queria os teus olhos de amante
Boêmios, vagabundo e tão brilhantes
Atraindo a lascívia que me invade
Como eu queria só por um instante
Dizer-te com voz suave e excitante
São pra ti os meus versos de saudade!
(Edna Frigato)