Abrace esse mal, abrace forte
Abrace esse mal, abrace forte
Abrace esse amor que te maltrata
Desfrute do desdém, da coisa ingrata
Que de ti não vê nada que importe
Amante da apatia e da má sorte
Vergado no jugo do escravocrata
E quanto mais padece, mais acata
E acata em vida a sua própria morte
Pois siga até a morte infeliz
Tu que faz desta sombra o seu juiz
E vê valor na sua desventura
Que seja a sua essência apagada
Lançada para os confins do nada
E que ninguém saiba de sua amargura