Dente-de-leão
Um dente-de-leão fausto voava
E cândido passava junto a mim,
Mas veio aquela dúvida desgraçada:
Como é que tu voas livre assim?
Peguei naquela pluma afortunada
Malgrado ela desfez-se em pedacinhos.
A dúvida, quando é tão demasiada
É mão que arranca ave de seu ninho.
E o dente-de-leão despetalado
perdeu a liberdade que já era.
Tornei-me o ser mais triste, desgraçado:
Pois, da bisbilhotice que tivera
Sobrará só remorso e compaixão
daquele pobre dente-de-leão.