PORTO SEGURO
No cais da mente dorme antigo barco
Que volta e meia acorda e ruma ao mar,
Às mesmas rotas volta; vela em arco,
Buscando histórias do seu navegar.
O norte sempre o mesmo, velho marco,
Porto seguro em que volta a atracar,
Mesmo apesar da chuva e tanto charco
Registros não chegaram desbotar.
Lembranças do então navegador
Do seu mundo ao ar livre, sua vida,
Numa pequena nau, vento a favor.
Agora a ida não tem despedida
É tudo uma saudade com amor
Que na memória hoje faz guarida.