UMA INCÓGNITA
Andava, nas miragens do calor
A estrada ressequida pelo tempo
Trazia em meu olhar novos intentos,
E eu buscava ali o meu amor...
E era o meu amor, tudo o que eu via
Não era a ilusão, mas era a flor,
O encantamento, o riso, a alegria...
Era um sonho talvez de um sonhador.
Miragem era apenas de criança...
Mas era mais que isso: uma dor
Nas dores que ainda guardo por lembrança...
Repetem-me palavras de horror,
Palavras que ouvi, e foram tantas
Que ferem ainda mais o meu pudor.