E CONTIGO EU MORRI NESSE DIA... * Na tontura azul
Trouxeste a luz no cintilar do nome.
Do chão que piso, deslumbrado olhei-te!
Verdade ou sonho, neste meu deleite,
eu dou-me à luz para que a luz me tome.
Iluminado, que na luz eu arda
em labaredas de letal delírio!
Que importa arder se for o meu martírio,
na Vida, a bênção que no fim me guarda?
Serei na Vida quanto a Vida quer,
até que um sopro, um sopro só me reste
da minha angústia de alma e sonho a Sul.
Depois do fim, se outro princípio houver,
serei, contigo, o lucilar celeste
no além da cósmica tontura azul!
José-Augusto de Carvalho
Al-Ândalus, 5 de Junho de 2016.