E CONTIGO EU MORRI NESSE DIA... * Na tontura azul

Trouxeste a luz no cintilar do nome.

Do chão que piso, deslumbrado olhei-te!

Verdade ou sonho, neste meu deleite,

eu dou-me à luz para que a luz me tome.

Iluminado, que na luz eu arda

em labaredas de letal delírio!

Que importa arder se for o meu martírio,

na Vida, a bênção que no fim me guarda?

Serei na Vida quanto a Vida quer,

até que um sopro, um sopro só me reste

da minha angústia de alma e sonho a Sul.

Depois do fim, se outro princípio houver,

serei, contigo, o lucilar celeste

no além da cósmica tontura azul!

José-Augusto de Carvalho

Al-Ândalus, 5 de Junho de 2016.

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 14/02/2017
Reeditado em 07/03/2018
Código do texto: T5912822
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