SEM PEDRA SOBRE PEDRA

Desde já peço desculpas pela minha pele alva,

Pelas letras do alfabeto a quem pude conhecer

Pelo chão e pelo teto, verso incauto que acalma

Toda a vil ilicitude de tentar compreender.

Mil desculpas eu vos peço pelo vão do pensamento

Que escapa pelas frestas de tanta destruição...

Verso branco e embargado a alicerçar um sentimento

Pelo igual de se ser gente:sempre débito em construção.

Nas esquinas eu vos pago por cada letra soletrada

Pela estrada fustigada sempre a estender a mão

No absinto deflagrado pela ação desintegrada

Da igualdade sonegada ao igual do meu irmão.

Não há pedra sobre pedra a erguer tanta morada...

Tanta alma abandonada,caos em desintegração.