ATEMPORAL

ATEMPORAL

A memória do amor que permanece

A despeito do bem e mal vividos

Guarda-nos todo o ardor dos tempos idos,

Mesmo quando tudo o mais se esquece.

A vida passa sem que o encanto cesse,

Porque, menos ou mais arrependidos,

Vivemos sob o império dos sentidos

Entre o que se deseja e se conhece.

De grandes esperanças os amores

Têm ao longo dos anos nos levado

Às mesmas fantasias do passado.

Pois tanto as alegrias quanto as dores

Nos cabem na aventura desmedida

Que bem sabe por vezes ser a vida.

Belo Horizonte - 02 04 2000