COEVOS DA PERDA

Raros versos de ti que não escrevo,

Deve o teu rumo ser feliz agora.

Quem, como tu, vivendo em grande enlevo,

Teria olhos para alguém que chora?...

A amofinar teu tempo eu não me atrevo,

Hoje zombas daquele amor doutrora,

Aqui em mim pareceu-me longevo,

Tudo que em ti perdeu-se, foi embora...

Minha pena criou fortuitos versos,

Deixei-os anos em saudade imersos,

Postergados, um dia esvaneceram...

Onde antes via-se poemas lindos,

Beijos, abraços, sonhos tão bem-vindos,

Existem só as mágoas que os venceram.

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 06/02/2017
Reeditado em 06/02/2017
Código do texto: T5903967
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