COEVOS DA PERDA
Raros versos de ti que não escrevo,
Deve o teu rumo ser feliz agora.
Quem, como tu, vivendo em grande enlevo,
Teria olhos para alguém que chora?...
A amofinar teu tempo eu não me atrevo,
Hoje zombas daquele amor doutrora,
Aqui em mim pareceu-me longevo,
Tudo que em ti perdeu-se, foi embora...
Minha pena criou fortuitos versos,
Deixei-os anos em saudade imersos,
Postergados, um dia esvaneceram...
Onde antes via-se poemas lindos,
Beijos, abraços, sonhos tão bem-vindos,
Existem só as mágoas que os venceram.