ANOITECE
ANOITECE
Aconteceu alguma coisa: A rua
Cheia de gente ao redor de alguém no chão...
Parecia outra grande confusão,
Que a penumbra do ocaso ora acentua.
Gente que, todavia, continua
Ecoando-se ais de vã consternação,
Que, face ao que não tem explicação,
Ficam a perscrutar a nova lua!...
Por quê? Outro cadáver óbvio ulula...
D'olhos esbugalhados, a figura
De que todos têm medo se entitula.
De facto, boquiaberta e moritura,
A multidão s'espelha n'ele nula!
E aquela noite caiu bem mais escura...
Betim - 09 09 1999