CESTO DE LIXO
Fazer versos é sempre um dilema,
Se o poeta quer ser original;
Busca as estrofes dentro de um tema,
fazendo as rimas certas no final...
E eis que, então, termina o poema,
Achando que já leu outro igual;
E testa a métrica de forma extrema,
Lendo em voz alta, em um tom formal...
Depois, relê e, um tanto insatisfeito,
Passa a procurar nele um defeito...
E lá se vai ao lixo um novo texto,
Juntar-se a outros que, ali jogados,
São como sonhos não realizados,
Esquecidos ali naquele cesto...