Três sonetos em memória do Poeta Ronaldo Cunha Lima

O CANTO DO POETA

O seu canto de amor comprometido

Foi ouvido por toda a região;

Simbiose do verso e da canção,

Na lira do poeta destemido.

O seu canto de amor foi respondido,

Não foi eco perdido, não foi vão;

Foi símbolo, foi bandeira e brasão,

Em defesa de um povo oprimido!...

Das terras do sertão à João Pessoa

O seu canto de amor ainda ecoa,

Tornando-se mais forte e mais fraterno.

Povoando de amor a natureza,

O seu canto, poeta, com certeza,

Foi real, foi sublime e é eterno!

***

A PARTIDA DO POETA

Como senti — poeta — a tua partida!

Mas que dor imensa invadiu meu peito;

Mesmo sabendo que rondava o leito,

A tal morte — certeza mor da vida!

Como senti — poeta — a tua partida!

Quando nos deixas-te num voo perfeito;

Pois foste embora deixando respeito,

Reverência em toda Paraíba!...

O que nos consola é teu estandarte,

O legado eterno que foi tua arte,

Seguindo viva, por ser obra prima...

Foste pra sempre no clarão do dia,

Deixando em nós enorme nostalgia...

— Gran poeta Ronaldo Cunha Lima!

***

LENDO O POETA RONALDO CUNHA LIMA

Estou lendo o poeta de “Habeas Pinho”,

— Petição pra soltar um violão;

O seu verso é saboroso como um vinho

Que embriaga nossa alma co’emoção!

Estou lendo o poeta repentista

Dos palanques do tempo de eleição;

Era mais que candidato, um artista,

Aplaudido por toda multidão!...

Estou lendo seus sonetos de amor,

Do poeta que foi governador,

Enaltecendo a nossa Paraíba...

Estou lendo o poeta bom de rima!

Estou lendo Ronaldo Cunha Lima,

Que nos soube encantar com a sua vida!