Vilipêndio

Não quero da palavra um só acento,

Nem ter uma esperança assim rasteira,

Daquelas que o sujeito é só sujeira,

Jogado assim no mundo pelo vento.

Não olhe o que não vê e finge olhar,

Nem leia o que se escreve em verso torto.

Desprezo não é dado ao que está morto,

E a morte é tão somente um novo olhar.

Não vejo poesia no que faço,

Não faço nem questão que um outro veja.

Escrevo nas paredes desta igreja,

Os versos de um sonhar tido em pedaço.

Que esqueçam do poema sem sentido,

Que sendo meu, também será banido.