INGRATIDÃO
Punge-me ver um rosto sorridente
Mascarar o imenso ódio que a alma abriga;
Punge-me ver beijar a mão clemente,
Submissa e gentil, boca inimiga.
Punge-me ver calar covardemente,
Deixando que a calúnia alguém persiga;
Punge-me ver ferir traiçoeiramente
A picada sutil de infame intriga.
Punge-me ver vingar-se do inimigo;
Punge-me ver ferir amigo a amigo,
E, ainda mais, ferir irmão a irmão.
Mas,meu pungir, no horror se transfigura,
Quando vejo ferir uma alma pura
O hediondo punhal da INGRATIDÃO !