SONETO...

Eu acordei na vírgula do texto!

E hoje sei... Sou ponto sem valor

Até no luto é falsa a minha dor

De um ao quinto eu serei o sexto...

Eu sou o pó que fica do asbesto

Que vai minando a vida interior

Descolorindo até ficar sem cor

Eu sou a escrita agora sem pretexto...

Então eu deixo o que eu quiser, falar

A desprendida folha pelo ar

Do outono que jamais é primavera...

Depois chegando aqui neste terceto

Enterrarei meu último soneto

Como a semente ao solo desta terra...

Autor: André Luiz Pinheiro

28/01/2017