Andarilho

ANDARILHO

Cruza a terra vagando sem destino

À margem do mundo, a lentos passos

Com a alma partida em mil pedaços

E olhar sob escaldante sol à pino.

Pesa aos ombros as mágoas e fracassos

Como fora assim desde menino

A vagar pela margem, pelo tino

Vendo a vida a mostrar-lhe embaraços.

No embalo do tempo a vida corre

Vive aos poucos, e, em si mesmo morre

Sem saber nem aonde quer chegar.

Num repouso imundo se acalma

E nada pode ser triste como a alma

Dos que perdem o gosto de sonhar.

Jailson Araújo

Padre Marcos-PI, 03/11/2016