O REGATO
Já despede o sol da tarde ingente,
Os rios, todos os rios, mimam as vagas.
As águas hora tristes na torrente
Não sabem mensurar risco nas plagas.
É que declamam as águas na corrente
Os versos puros, versos de um regato,
Os versos construídos pelo mato
Que abeiram os caminhos das nascentes...
Não são palavras ali ditas com arte,
Mas com as vozes doces e com o tato
Que a água faz rugir no rio que bate...
E as águas, mansas águas, passageiras,
Caminham mais além no intinerato.
Na espuma da poesia alvissareira.