SOBRE OS OMBROS
Será que você já pensou por um instante
Neste gigante que a nossa Terra carrega?
Como ele a pega sobre os ombros ofegante
E elegante a transporta rumo à Vega?
Sei. Ninguém nega que esta estória é fantasia,
Que hoje em dia a verdade é conhecida,
E nossa vida perde a ilusão querida
Contida na lenda que ainda extasia.
Eu me sentiria, na certa mais seguro,
Por este escuro universo por onde vamos,
Onde giramos sem parar rumo ao futuro,
No duro ombro do antigo semideus.
Os medos meus sumiriam, eu te asseguro.
Mas abjuro e o problema entrego a Deus.
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Soneto ordoniano (Uma referência ao tipo de soneto com rima interna e externa, que implica em maior dificuldade, o preferido da poeta Raquel Ordones).