Duelo
Na areia preta fitam-se os soldados—
Espadas embebidas de sangria—
Envoltos pela forte maresia,
Pelo ranço de corpos desmembrados.
O aço em arco busca o que desvia
E este, em dança tosca para os lados,
Desfere a hasta em golpes tresloucados
E urra a fúria quente à praia fria.
Selvagem vem salgada onda furtiva
Que varre e traga os homens à deriva
Indiferente e má do Mar do Norte
E namora os defuntos e os navios
E deixa-os, todos juntos e vazios
À inconfundível solidão da morte.