ÉBRIO
Bebeu do sentimento mais ardente
Em repetidas doses, embriagou-se,
E a lua testemunha e confidente
Banhou aquele corpo que ele trouxe.
Com a sua alma nua simplesmente
Na frente da janela declarou-se
Àquela que o deixou tão dependente,
Então pôs-se aos pés dela, ajoelhou-se.
Tirou de lá de dentro o coração
Ofertou para ela tremulando,
Tão ébrio estava ele ali no chão.
Dos olhos duas lágrimas rolando,
Por ter bebido amor mais que a razão...
Estava entorpecido, estava amando.