INÊS E EU AOS TREZE ANOS
Inês, Inês... Não sabes que provocas?
Teus seios já invadem a tua blusa,
É o meu olhar, Inês, que te acusa
De torturar meu peito com decotes...
Estou na puberdade e tu estás
Também vivendo a tua mocidade.
Mas pensa, minha Inês, não sou capaz
De suportar tão doce realidade.
Não sei se é o amor que me tortura,
Ou me torturas mais com o teu olhar.
Agora tens bem mais, tens a ternura,
E um corpo de mulher, e ao paladar
Desejos como os meus, tens a loucura
Que os jovens não conseguem dominar.
Geraldo Altoé