Soneto do Desalento
Amei o poeta...o poeta não me amou!
Não vã ilusão, troquei a noite pelo dia
Criei versos de amor e rimas de alforria
De onde o coração de tudo se libertou
Dei carinho, mas o poeta não me amou
Vesti-me de prata, usurpei a cor da lua
Despi-me dos tabus e censuras...fiz-me nua
Supliquei ao vento para lhe dizer quem sou
Num lapso de tempo, olvidei o dissabor
Para nós, criei a fantasia num lindo castelo
Ele era rei, eu rainha... imperava o amor
A realidade, friamente, tudo dissipou
Como fumaça que esvai, do sonho tão belo
Desencanto foi o que no coração restou!
Nelson de Medeiros cede a este espaço um brilhante poema que fecha magistralmente o enredo proposto
Alento
O poeta não conjuga o verbo amar
No pretérito passado...Somente
O faz no indicativo do presente,
Que é o tempo deste amor conjugar!
Jamais roubaste a prata do luar,
Pois desde sempre em minha mente
Os versos de tu alma, constantemente
Tem as nuanças do céu estelar!
Quem és eu sei.Vou dizer quem sou eu:
Vês ao longe o horizonte do universo?
Vá lá com su!alma livre, alforriada
A encontrar a do poeta, escravizada
Pelo alento de apenas ter um verso
Na poesia de um ardente beijo teu!
Interação cativante e maravilhosa do caro poeta
Ubaldo Santos de Jesus
Te amei tanto, tanto Poesia...
Ah! Como sofro com seu desalento
Amei-te tanto, tanto poesia
Mas teu amor desfez-se ao vento
Deixando-me na desilusão d'alma tão fria
Te amei tanto e por de mais
Mas você nunca me amou
Um dia tu foste minha paz
Mas que o vento assim levou
Feito barco solto no cais
Que outro destino tomou
Assim foram os meus aís
Que em silêncio gritou
Agora sei que tu vais
Desprezar quem tanto amou.
Interação caprichosa do poeta
Stenius Porto
O poeta
ABBAACCDDC ( Décima em Cordel)
Quem ama o poeta, ama a sua poesia
O poeta se despe na sua falsa verdade
Busca na luz dos versos a sua felicidade
Na maioria das vezes acha a sua fantasia
Sabe que a cada novo verso, ele extasia
Na sua divina arte troca o dia pela noite
Aceita viver alegre, versando seu deleite
O poeta é poeta da sua própria inspiração
Vezes ou outra, ele voa em sua imaginação
O poeta lapida o diamante, lapida o azeite...
José Aprígio da Silva
O SEU POETA (Décima em Cordel) ***
Um dia ela amou muito o seu poeta
Sei que não me ama, nem me deseja
Eu fui entregue a ela, numa bandeja
Agora, o amor dela não me completa
Ela diz: que eu sou um grande pateta
Até ontem havia amor, fui seu amante
Eu fui dela o poeta, o poeta brilhante
Ela já não ouve mais as nossas canções
Que ornou nossos dias, nossos corações
E pra piorar tudo, hoje sou um farsante.