Travertino
Sou um enredo de despistamento
dos presentes de grego do destino,
desfolho em rosas do meu desatino,
carrosséis de hipocampos que apascento.
Meu cavalo de pau brinca menino
no galope das nuvens frente ao vento,
pesadelo dos sonhos que acalento,
cego de sombra em pleno sol a pino.
Dinâmico vetor do cata-vento
é o lamento que tange o violino;
desperta a descoberta o desalento
sob a capa que acolhe ao peregrino,
mas há um travertino que eu invento
entre o meu dom vulgar e o dom divino.
(Publicado originalmente no site www.algoadizer.com.br na edição de outubro de 2016).