Palavra, oh senhora de inúmeros saberes!
Tu andas de boca em boca dos vários falantes,
Ouço todos os dias narrarem seus dizeres
Vociferando e cuspindo textos destoantes
Não que o meu sermão jamais tenha feito
Também sou um de fala agitada, salivante
Mas confesso-me cansado de tanto conceito
De discursos sem ação, de vozes dissonantes
Palavra e poder fizeram um grande pacto
Quem a domina, o alto olimpo consegue
Ascende às alturas, tonando-se intacto
Na prosa do falar, a língua foi empregue.
É forte, viva, diverge do abstrato
O verbo é a arma que nos foi entregue